Albano Vicente Lopes Ferreira, Reitor da UKB
Aderir ao projecto UDI-A representou uma boa oportunidade para desenvolver capacidades nos nossos docentes, estudantes e na comunidade sobre empreendedorismo e inovação social. As nossas expectativas iniciais eram a de constituir um grupo de docentes interessados a desenvolver investigação científica e projectos de intervenção voltados para a universidade e para a comunidade, nos domínios da educação, saúde, economia e da tecnologia.p>
A Universidade Katyavala Bwila (UKB) aprendeu a gerir projectos de parceria, a elaborar projectos de investigação e intervenção, a escrever artigos científicos, a escrever propostas de financiamento de projectos, a identificar parceiros e a trabalhar em grupo. Também passou a encarar o empreendedorismo e a inovação social como um assunto importante para melhorar a qualidade de vida das pessoas, envolvendo-as na solução dos seus problemas.
O projecto mudou a visão da universidade e dos docentes em relação ao empreendedorismo e ao seu papel social orientado para o desenvolvimento humano e permitiu identificar uma nova área de aplicação e transferência de conhecimentos.
O projecto permitiu ampliar as relações de cooperação com outras instituições congéneres em África e na Europa, possibilitou a criação de um grupo de pessoas interessadas na no empreendedorismo e na inovação social e deu-nos a oportunidade de concentrar as iniciativas existentes sobre a investigação e a promoção de desenvolvimento local num novo centro de estudos da universidade, o Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação Universitária (CIDIU).
As universidades devem contribuir para a melhoria do bem-estar das pessoas. A missão da UKB é a de garantir a qualificação superior dos cidadãos angolanos através do desenvolvimento de actividades de ensino, investigação científica e prestação de serviços à comunidade. Ela inclui também a promoção da dignidade e do respeito pela pessoa humana. Além disso, a UKB reúne pessoas provenientes de vários estratos socioeconómicos e deve contribuir para o desenvolvimento da região onde está localizada. Por isso, também é parte da missão da universidade apoiar acções e iniciativas de empreendedorismo social. Estes aspectos da nossa missão também são comuns à outras universidades, quer estajam em países em desenvolvimento ou em países desenvolvidos.
As universidades estão interessadas em criar impacto social por ser um dos parâmetros de avaliação da sua qualidade. O processo de estabelecimento de indicadores de impacto e dos sistemas de monitorização é feito através da formulação de objectivos e metas e da medição qualitativa e quantitativa dos resultados dos projectos sociais. Apoiar o empreendedorismo social ajuda a melhorar a trajectória social da universidade por ser uma forma de avaliar a sua intervenção nos processos de mudança e transformação da comunidade.
É possível antecipar o impacto das acções sobre outras instituições fora do consórcio, pela visibilidade dada ao projecto e pela divulgação dos seus resultados, particularmente nos países lusófonos. Ao nível internacional, podemos assinalar o alargamento da rede de cooperação da UKB com outras instituições de ensino superior de Moçambique e Portugal e o interesse da Universidade de Cabo Verde (UniCv), do Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais de Cabo Verde (ISCJS) e da Universidade de São Tomé e Príncipe (USTP) em desenvolverem um projecto de capacitação semelhante para os seus docentes. Ao nível interno podemos mencionar projectos de intervenção sobre o mercado informal e sobre iniciativas de reforço da educação em bairros periféricos da cidade de Benguela.
Como sugestões de melhoria, proponho o alargamento da base de trabalho das iniciativas de empreendedorismo e inovação social a um maior número de estudantes, o financiamento de projectos, o aumento do intercâmbio e da mobilidade internacional, publicar os resultados, compartilhar experiências e promover as melhores práticas.